terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tudo o que necessitava saber sobre a vida, aprendi-o no jardim de infância

Tudo o que necessitava saber sobre a vida, aprendi-o no jardim de Infância

Tudo o que devo mesmo saber para viver, o que fazer e como devo ser, aprendi-o com as minhas educadoras. A sabedoria não estava no cimo da montanha, no instituto, na universidade, mas ali, aos pés do escorrega, na areia. Estas são a coisa que aprendi:
Partilha tudo. Joga limpo. Não batas nas pessoas. Volta a por as coisas onde as encontraste. Limpa sempre o que sujaste. Não leves o que não é teu. Pede perdão quando magoas alguém. Lava as mãos antes de comer. As bolachinhas quentes e o leite frio são bons. Vive uma vida equilibrada; aprende e pensa, desenha, pinta, canta, baila, brinca e trabalha um pouco em cada dia.
Dorme a sesta todos as tardes.
Quando saíres para rua tem cuidado com o transito,
dá a mão aos adultos e não te afastes.
Continua atento ao maravilhoso. Recorda a pequena semente no vaso: as raízes descem, a planta sobe e ninguém sabe, realmente, como nem porquê, mas todos são assim. Os peixes de cores, os hamsters e os ratinhos, brancos e, mesmo a pequena semente do vaso, todos morrem. E nós também.
E então, lembra-te de umas primeiras palavras que aprendeste, a maior de todas: vê.
Tudo o que necessitava saber esta ali, algures. A regra de ouro: o amor e a higiene básica. A ecologia e apolítica, a igualdade e vida sã. Pega em qualquer destes princípios, tradu-los em termos de adultos sofisticados e aplica-os à tua vida familiar ao teu trabalho, ao teu país ou ao teu mundo, e manter-se-á verdadeiro, claro e firme.
 Pensa em qual melhor seria o mundo se todos - todo o mundo – comêssemos bolachinhas com leite todas as tardes e nos enroscássemos nas nossas mantas para dormir a sesta.
Ou se todos os governos tivessem como politica básica voltar sempre a pôr as coisas onde as encontraram e limpar tudo o que sujaram.


                                                                                                      Robert Fulghum

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Linguagem oral e escrita

A aquisição e a aprendizagem da linguagem oral e escrita são domínios de grande relevância na educação pré-escolar. O educador tira partido do que a criança já conhece permitindo-lhe contactar com as diferentes funções do código escrito. A abordagem à escrita é numa perspectiva de literacia, leitura no sentido de interpretação e tratamento de informação que implica a “leitura” da realidade das imagens, e de saber para que serve a escrita (registos), com o objectivo de adquirir um maior domínio da linguagem. Esta aprendizagem baseia-se na exploração de carácter lúdico da linguagem, prazer em lidar com as palavras, inventar sons e descobrir relações. Sondando a nossa cultura tradicional e literária expomos as rimas, as lengalengas, as trava-línguas, as adivinhas e as poesias. A comunicação não verbal aprofunda a linguagem através do gesto e da mímica. O desenho é uma forma de escrita, as duas formas de registo, surgem associadas e completando-se mutuamente. O desenho de um objecto pode substituir uma palavra, uma serie de desenhos podem narrar uma história.
Nos livros, as crianças descobrem o prazer da leitura, a sensibilidade estética literária e plástica.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Acampar/Acantonar

Vamos acampar/acantonar

Todo o acampamento é uma perfeita combinação de educação e brincadeira.
A planificação do acampamento é um trabalho conjunto entre o Jardim de Infância e os pais, e ao partilhar a sua organização, estabelecem-se laços de confiança que serão a base de êxito. Considerar o ambiente natural como recurso essencial na altura de planificar esta experiência é de vital importância, uma vez que o meio promove determinadas acções e facilita a construção de atitudes que favorecem a convivência.
A vida na natureza e o fortalecimento do grupo, assistidos pela educação em valores, constituem os pilares desta actividade.
Objectivos
·         Participar em actividades desenvolvidas em plena natureza.
·         Desenvolver-se com autonomia fora do núcleo familiar.
·         Desfrutar de experiências de enriquecimento colectivo.
A lista de objectivos poderia ser infindável, porque as crianças experimentam sensações únicas em contacto com a natureza, descobrem aspectos surpreendentes de si mesmo e dos seus companheiros, e descobrem os valores da convivência, do “estar juntos”.

Valores a desenvolver
·         Criatividade
·         Solidariedade
·         Responsabilidade
·         Tolerância
·         Adaptabilidade
·         Amizade
·         Convivência.



Transtorno por Défice de Atenção

Transtorno por Défice de Atenção
O TDA é uma doença em que a criança manifesta dificuldades em centrar a sua atenção num estimulo e concentrar-se nele. Esta dificuldade traz consigo uma conduta desorganizada e impulsiva e tende associar-se à hiperactividade ou hipercinesia, embora nem todas as crianças com défice de atenção sejam hiperactivas. O TDA é também conhecido como disfunção cerebral “ mínima” embora, felizmente, este termo tenha deixado de ser utilizado.

Causas:
Existem diversas teorias que tentam explicar a origem do TDA. Alguns consideram que o transtorno se produz por uma maturação tardia do sistema nervoso; outros falam de uma lesão cerebral, de uma variação genética e de alterações metabólicas e/ou emocionais.
Os indicadores de hiperactividade nos diferentes momentos evolutivos são os seguintes:
·         Dos 0 aos 2 anos: problemas de ritmo de sono e durante a refeição, períodos curtos d e sono e acordar sobressaltado, resistência aos cuidados habituais, reacção elevada a estímulos auditivos e irritabilidade.
·         Dos 2 aos 3 anos: imaturidade na linguagem expressiva, actividade motora excessiva, pouca consciência do perigo e propensão para acidentes.
·         Dos 4 aos 5 anos: problemas de adaptação social, desobediência e dificuldades no cumprimento de regras.
·         A partir dos 6 anos: impulsividade, défice de atenção, insucesso escolar, comportamentos anti-sociais e problemas de adaptação social.

sábado, 22 de outubro de 2011

O IMAGINÁRIO

Postic (1992) afirma que “ A criança deve poder alimentar o seu imaginário e exprimi-lo. O imaginário cultiva-se. Espantar-se, maravilhar-se, é espontâneo na criança. Mas esta disposição depressa desaparece ao contacto com explicações lógicas trazidas pelos média e pela escola. Ir para além da aparência, pressentir o desconhecido, o mistério, munir-se de um jogo de espelhos reflectindo outras luzes, ir em busca do seu domínio secreto, tais são as progressões do imaginário”.
O educador deve aceitar o desenvolvimento da imaginação como um espaço incontrolável de criação e de desenvolvimento.
Temos que com elas, no dia-a-dia, reaprender a brincar, a sonhar e a apreciar a alegria de viver em grupo construindo e reconstruindo.
As crianças são assim actores do seu próprio desenvolvimento e todos juntos podemos projectar um futuro em construção.




INTERVÊNÇÃO PRECOCE - CRECHE

INTERVÊNÇÃO PRECOCE
CRECHE

A intervenção precoce no desenvolvimento infantil:
·       É uma prática preventiva e terapêutica.
·       Procura um ambiente humano e físico, promotor do desenvolvimento das potencialidades das crianças e seu grupo familiar, bem como de todos aqueles que interagem diariamente.
·       Considera a criança como sujeito da acção, capaz de trans formar essa acção em desenvolvimento e despoletar a sua autonomia criadora.
Fomenta a presença de um “adulto observador e relevante” que, atento às necessidades e potencialidades da criança, acompanha e facilita o processo de desenvolvimento.
O objectivo da intervenção precoce no desenvolvimento da criança é “ recuperar a função materna, paterna e familiar”. O trabalho com a família e com os outros agentes responsáveis pela educação da criança (mães, pais, avós, educadores, etc.) deve ser o centro de toda a acção, elemento necessário para a criação de um ambiente propício ao seu desenvolvimento.
A intervenção do adulto deve ser “ indirecta”, utilizando a “observação” como metodologia de trabalho, criando um espaço adaptado às necessidades e potencialidades de cada criança, favorecendo a consciência de si mesmo, dos outros e do meio envolvente.
A educação apropriada para uma criança do 0 ano de idade é a intervenção precoce, cujo princípio fundamental é o respeito por ela enquanto pessoa.”Quando as respeitámos, a sua auto-estima aumenta e são capazes de fazer as coisas sozinha.   (Dra.Chockler)
Ao tentarmos ensinar as crianças a realizar as acções do ponto de vista dos adultos, conseguimos apenas que sejam perfeitos imitadores, incapazes de ser criativos. A solução passa por criar espaços e momentos livres em que se possam desenvolver de acordo com as suas possibilidades. É imprescindível que as crianças sintam prazer no que fazem, tendo o adulto de estar atento e observar os primeiros sinais de cansaço, distracção ou aborrecimento.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CURRICULO-CRECHE


O CURRICULO
CRECHE

“…o currículo é um conjunto de experiências organizadas de forma a oferecer oportunidades formais e informais de aprendizagem, par crianças num ambiente escolar”.   (Spodek, 1998)
Por vezes, não se dá a devida importância ao currículo em creche, os especialistas da primeira infância referem-no como um aspecto muito importante, salientando, no entanto, a especificidade das suas características, uma vez que nesta valência, é impossível trabalhar separadamente dimensões cognitivas e se torna difícil separa-las das outras, afectivas ou sociais. No currículo está tudo o que acontece ou deverá acontecer ao longo do programa, é concebido no sentido no sentido de responder a todas as necessidades da criança, favorecendo o seu bem-estar, autonomia, confiança e alegria, tendo em consideração a cultura, o meio de onde a criança provém, assim como os materiais existentes nas instituições. Contrariando as habituais noções de “escolaridade”, de conteúdos a ensinar, onde existe transmissão de conhecimento, o importante é valorizar o desenvolvimento de capacidades e de competências, tão importantes para as crianças em idades de Creche.
É do conhecimento geral que as crianças pequenas adquirem conhecimentos através dos livros que lhe lemos, das histórias que lhes contamos, das músicas que cantamos, das experiências que oferecemos e dos vínculos de confiança que adultos e crianças criam entre si, desenvolvendo, paralelamente, a auto-estima, o desenvolvimento sensório motor, a linguagem… A concepção de currículos deve ser rica em conteúdos e que favoreçam simultaneamente a socialização das crianças na escola e na sua cultura, dando resposta aos modos de pensar e ao nível de desenvolvimento das crianças, ao mesmo tempo que enfatiza o conhecimento cultural. Tem, ainda, a seu cargo, o importante papel de atender às necessidades específicas de cada criança, conhecendo os jogos, os seus brinquedos favoritos, os seus hábitos e os seus melhores amigos, entre outros.
Os aspectos de grande relevo que devem ser levados em consideração e trabalhados em Creche, de acordo com Bassedas & Huguet (1999) são os seguintes:
·        A especificidade dos primeiros anos de vida, “ as grandes mudanças”-Durante os primeiros três anos de vida, as rotinas de higiene, alimentação e de sono são o “eixo” em torno do qual se situa a relação com o/a educador/a. É nestes momentos diários que estabelecemos as relações de afecto, os vínculos e a comunicação. Observar e escutar as suas manifestações (sons, ruídos, choros, sorrisos) para que possa actuar em consequência destes. O adulto deverá utilizar a linguagem verbal, imprescindível para um bom desenvolvimento das suas capacidades cognitivas e linguísticas, favorecendo o contacto físico entre educador/ criança transmitindo segurança e promovendo o conhecimento do seu próprio corpo e do corpo do outro. O educador vai modificando a sua intervenção, tendo em conta as diferentes aquisições que as crianças vão fazendo ao longo desta etapa.
·        O efeito estruturador da personalidade e das figuras de afeição  (vínculos afectivos) -As crianças começam a investigar contextos menos conhecidos. À medida que se sentem seguras interagem com pessoas, exploram o espaço e os objectos desconhecidos. Este processo é fundamental para um melhor desenvolvimento das capacidades de equilíbrio emocional. Em todos os momentos, em que a criança se possa defrontar com situações nas quais ocorre uma separação das pessoas que lhe transmitem maior segurança é importante a presença do adulto.
·        O papel estruturador da resolução das necessidades de limpeza e alimentação: da dependência total a autonomia progressivas – As rotinas continuam a manter um papel fundamental no desenvolvimento das capacidades, embora as crianças intervenham cada vez mais activamente na resolução dessas necessidades. Fomentar essa intervenção progressiva, sem forçar a criança a ter uma autonomia total, sob o risco de se repercutir negativamente nas aquisições feitas até ao momento. Planear pequenas acções que pareçam alcançáveis à criança, transmitindo expectativas positivas em relação às suas capacidades de assumir progressivamente uma maior autonomia, tanto na hora das refeições como no controlo dos esfíncteres.
·        A necessidade de movimento e jogo – As crianças nesta idade têm grande necessidade de explorar o espaço, de exercitar o seu corpo, e de conhecer os objectos que existem a sua volta. Deste modo é importante cuidar dos materiais e do espaço a que estes têm acesso, adaptando os objectos as suas necessidades, intercalando momentos de jogo espontâneo, de exploração, com situações em que os adultos orientem o jogo e, progressivamente, a criança passará de espectadora a activa.
·        A necessidade uma estreita relação entre a família e a instituição -Tanto para satisfazer as necessidades das crianças, como as dos pais é fundamental que se estabeleça uma relação estreita com as famílias. Nem todos os pais, nem todas as crianças necessitam do mesmo tipo de atenção. Assim é necessário, estar muito atento, para responder às preocupações e às perguntas que os pais possam ter ao deixarem o seu filho aos cuidados de outrem. A criança percebe sempre quando os pais se sentem confiantes e tranquilos, ao deixa-la na Creche.
“… o  importante em creche é que a acção educativa seja individualizada, respeitando o ritmo individual de cada criança, o que implica uma gestão flexível do currículo, ao nível das actividades pedagógicas realizadas neste contexto”. (Gabriela Portugal, 1998)

ROTINAS NA CRECHE


As rotinas

“ (…) As rotinas da creche, alimentação, o sono, a higiene… funcionam como eixos globalizadores, em torno dos quais se deve articular a acção educativa da creche". (Marchão, 1998:11, in CEI nº 48)

As situações de rotina constituem momentos privilegiados de inter-acção adulto/ criança, durante os quais o adulto pode inter-agir com a criança, conversar, criar, jogar, falar, sorrir estabelecendo uma relação afectuosa com cada criança, uma vez que cada uma das crianças é um ser único e tem necessidades diferentes.
De carácter individualizado e flexível, as rotinas são também momentos de trocas intensas e de aprendizagens significativas, em que se promove a independência e a autonomia.
O acolhimento, a mudança da fralda, as refeições e o sono, fazem parte de uma rotina diária organizada que deve ser mantida, sendo no entanto flexível, tendo em atenção as necessidades de cada criança, respeitando os diferentes ritmos, hábitos e preferências de cada criança. Estas rotinas proporcionam às crianças segurança, orientam a sua acção, pois vão progressivamente adquirindo uma noção de tempo e espaço e percebendo a sequência dos vários acontecimentos diários.

Acolhimento

O acolhimento é feito por um adulto pertencente à sala, disponível para conversar com quem traz a criança, de forma a conhecer como passou a noite, como acordou, a que horas comeram, compreendo assim melhor a criança.

Refeições

“A qualidade da relação estabelecida entre o adulto e o bebé durante as refeições é tão ou mais importante que as questões dos horários ou nutrientes.” (Freitas, 1998)

Os primeiros 3/4 meses do bebé, momento em que se introduzem outro tipo de alimentos que não o leite materno, nomeadamente a sopa e papa, os pais, por vezes vivem sentimentos de preocupação e angústia face às refeições. Estas, no entanto podem tornar-se momentos de descontracção e prazer, se adulto recorrer a actividades lúdicas.
Mais importante que “o dar de comer”, é a relação afectuosa que se estabelece no momento da refeição. Estabelecer o diálogo com a criança, dar-lhe atenção, esboçar um sorriso, transforma o momento da refeição. O simples acto de “dar de comer” passa a ser momento privilegiado, em afectos, brincadeira/jogo e de prazer.
“Falar à criança durante a refeição, exprimir-lhe o nosso afecto… fá-la nascer, crescer e progredir…” (Rega e Simões, 1998.)
Segundo os autores anteriormente citados, o afecto é um tempero indispensável nas refeições.
Todas as crianças gostam de ter a atenção do adulto, daí que para atrair o interesse da criança terá que se usar um tom de voz calmo, linguagem carinhosa e uma expressão facial adequada. O comunicar com o bebé desta forma fá-lo sentir seguro, amado, calmo e envolvido.
O carinho é outro dos ingredientes muito importante.
O respeito pelos horários das refeições, pela introdução de novos alimentos, pelo ritmo individual de cada criança e, ainda, por uma alimentação adequada e rica são, também elementos importantes. De igual modo, existe um espaço destinado exclusivamente às refeições, no qual se preserva a comunicação e o estreitar da relação, e, ainda, adequar as ementas consoante os gostos das crianças. No caso das crianças mais pequenas privilegia-se a alimentação ao colo, visto transmitir maior segurança e tranquilidade. Estes momentos constituem, também uma excelente oportunidade para o desenvolvimento da autonomia da criança, para o despertar para a ocorrência de experiências sensoriais e, ainda para a aprendizagem de competências sociais. A criança “ mexe” nos objectos leva-os à boca, cheira-os (alimentos, prato e colher), assim tendo a oportunidade de se familiarizar com estes, e tentar comer sozinha.

Higiene

Os momentos de higiene e mudança de fralda são momentos privilegiados da relação adulto /criança, momentos de brincadeira com o corpo – pés, mãos, barriga, momentos de contacto físico e de diálogo”.  (Figueira, 1998)
A higiene corporal é um dos factores importantes no bem – estar do bebé.
A mudança da fralda é um momento de comunicação entre o adulto e a criança, quer através do gesto, da expressão facial, da expressão verbal, um momento de descoberta e de exploração do corpo, de brincadeira/ jogo entre os intervenientes, de contacto físico, de interacção efectiva que promove aprendizagens significativas.
A acção simples “muda de fralda”, pode parecer uma tarefa não valorizada que qualquer um pode assegurar. No entanto, mais do que simples contacto físico, constituí um momento privilegiado para a construção de sentimentos essenciais de segurança e reconhecimento. Este é um momento de prazer, de satisfação e de partilha, de modo a não se tornar numa tarefa rápida, maçuda e pouco interactiva.

Sono

“Não deve haver hora certa para dormir, cada criança tem o seu ritmo muito próprio.” (Figueira, 1998)

Tal como as outras rotinas, o sono também tem um carácter individualizado e flexível. Quanto mais pequena é a criança, maior é a necessidade biológica de dormir. O sono decorre num espaço calmo e silencioso, desta forma este, pode ser um momento muito gratificante para a criança.
As necessidades individuais e o ritmo individual de cada criança é preservado, podendo, assim a criança usufruir de um bom sono. Como cada criança é um ser único e individual, possuí hábitos que serão respeitados e preservados. O facto de a criança ter um objecto transitivo,

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

EXPRESSÃO MUSICAL

Educação pela Arte – Expressão Musical

“Houve e há, apesar das desordens que a civilização nos traz, pequenos povos encantadores que aprendem música tão naturalmente como se aprendem a respirar. O seu conservatório é o ritmo eterno do mar, o vento nas folhas e mil pequenos ruídos que escutaram com atenção sem terem lido despóticos tratados”.
                                                                                                                                                                                 (Claude Debussy)
Definição de música segundo o compositor canadiano Murray Schafer: uma organização de sons (em ritmo, melodia, …), que é produzida para ser ouvida.
A presença da musica é universal e a sua expressão surge tanto no inicio da vida do Homem como da Humanidade.
A partir do sexto mês de gestação, o bebe reage aos estímulos musicais e que, desde muito cedo, tem comportamentos activos de base biológicos, muito antes das influências culturais. A música é um imperativo biológico. Estudos sobre o cérebro demonstram que o hemisfério esquerdo do cérebro é o responsável pelo desenvolvimento da fala. A música pertence ao direito mas faz apelo aos dois hemisférios, pois que apresenta tanto os aspectos analíticos como globais. A música nos bebes, como instrumento de comunicação exprime-se através do modo não verbal e do modo pré-verbal.
Nos jardins-de-infância, a música é uma das áreas mais acarinhadas pelos educadores, ensinam-lhes cantigas de roda, cantigas tradicionais e actuais, inventam letras para antigas músicas adaptando-as às práticas em curso, a compor músicas e a criar novas cantigas.
                                                                                 (Educação pelas Artes e Artes na Educação, 3º volume. Lisboa: Instituto Piaget)




ENQUADRAMENTO LEGAL 
CRECHE

“…Seria óptimo que as nossas creches pudessem substituir a família durante o tempo em que cada criança ali permaneça, da maneira a que ela se sinta amada, não tolerada…”
                                                                                                     (Brazelton, 1988)

            O acelerado ritmo de vida imposto pelos tempos modernos, deixa cada vez menos tempo disponível aos pais para o partilharem com os seus filhos, e para lhes darem a atenção de que tanto necessitam para o seu desenvolvimento. Desta forma, surge então a Creche, como uma instituição com grande importância na vida das crianças e na formação da sua personalidade, apesar de nunca pretender substituir os pais.
A procura deste serviço, nos últimos anos, por um número crescente de pais informados e exigentes, veio procurar uma melhoria na qualidade das Creches, dando respostas às necessidades dos seus utentes. Esta preocupação é, também, notória por parte das entidades tutelares destes serviços, que são cada vez mais exigentes aquando da aprovação das condições de abertura de uma Creche, assim como na sua fiscalização continua.
Em Portugal, as creches estão devidamente reguladas em termos legais, de forma a poderem desempenhar a função educativa a que se destinam, conforme as orientações pedagógicas e psicológicas, sendo o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social a entidade que as tutela.
O guião técnico da Direcção Geral da Acção Social de Dezembro de 1996 define a creche como uma resposta social onde a criança deve ser acolhida, amada e respeitada na sua originalidade, e ajudada a crescer harmoniosamente.
No nº 248 da primeira série do Diário da Republica, de 27 de Outubro de 1989, são referidos os seguintes objectivos da creche:
·        Proporcionar o atendimento individualizado da criança num clima de segurança afectiva, e física que contribua para o seu desenvolvimento global;
·        Colaborar estritamente com a família numa partilha de cuidados e responsabilidades em todo o processo evolutivo da criança;
·        Colaborar no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiências, encaminhando adequadamente as situações detectadas;
·        Criar um clima afectivo adequado.
·        Proporcionar à criança situações idóneas que possam permitir-lhe o desenvolvimento da sua inteligência;
·        Deixar a criança descobrir por si própria;
·        Potenciar a confiança da criança em si própria e nas suas possibilidades;
·        Ligação família/ escola;
·        Realizar um atendimento psicopedagógico no dia-a-dia, proporcionando um desenvolvimento seguro, sem substituir a família.
Desta forma, as Creches e outras instituições infantis, devem favorecer o desenvolvimento físico e mental, diminuindo os efeitos desfavoráveis da separação temporária da criança, da sua família.


BREVE HISTÓRIA... A CRECHE

UM POUCO DE HISTÓRIA …
A CRECHE
A guarda e a educação das crianças, permaneceu durante muitos anos enraizada na nossa sociedade, como sendo função prioritária das mães. Devido às transformações na sociedade, nomeadamente a emancipação da mulher no mercado de trabalho, surge a necessidade de confiar os seus filhos desde cedo aos cuidados de outrem.
Inseridas neste contexto, surgem as primeiras Instituições destinadas às crianças com idades compreendidas entre os 3 meses e os 3 anos de idade - as Creches -, que detinham, inicialmente, a função de proporcionar à criança cuidados de saúde, alimentação e higiene.
No sentido de promover o adequado desenvolvimento global da cada criança, estes pressupostos têm vindo a ser progressivamente alterados. Ao longo dos anos, as Creches deixaram de ter um carácter unicamente caritativo, passando a ter uma identidade própria, sendo mesmo, nos dias de hoje, considerado um recurso essencial da comunidade, actuando ao serviço da família e representando uma resposta educativa muito além da simples substituição da família.
Esta evolução do conceito de Creche foi acompanhada por um conhecimento mais alargado sobre a criança com menos de três anos, que hoje é vista como um ser com capacidades próprias interagindo e influenciando o meio onde esta inserida.
Permitindo uma comunicação permanente e uma socialização constante de forma a proporcionar um desenvolvimento adequado à criança, a Creche deve proporcionar actividades diversificadas, que favorecem por um lado o contacto físico entre criança - adulto e, por outro, um desenvolvimento da linguagem mais cedo e de uma forma mais complexa.
Com papel vital de satisfazer as necessidades básicas da criança, garantindo, num ambiente seguro e saudável, o desenvolvimento integral e harmonioso de todas as potencialidades e competências da própria criança, a organização curricular da Creche deverá contemplar um ambiente calmo, seguro, estimulante e facilitador de aprendizagens e interacções sociais e afectivas.
O carácter educativo da Creche engloba, por isso mesmo, tudo o que acontece no seu dia-a-dia, organizado e planificado tendo em vista as necessidades e interesses da criança, bem como as necessidades de aprendizagem pessoal e social, expressão e comunicação e conhecimento do mundo.

“ A creche é uma realidade que está para ficar.
O desafio está em torná-la uma realidade.”
                                                                              (Gabriela Portugal, 1998)

CRECHE

«Oferecer às crianças o ambiente que substituí o meio familiar, num local onde (…) será possível desenvolverem-se em todos os domínios». (GRANGER, Maria José, Guia para Montagem e Funcionamento de uma Creche)



Uma creche é um local onde «a criança muito pequena recebe cuidados que ajudam o seu desenvolvimento emocional, intelectual, social e físico» e em que as suas necessidades básicas serão asseguradas por pessoas especializadas e competentes.
Como prolongamento da família, e entre outras necessidades a que deve dar resposta, a CRECHE promove oportunidades de actividades, sono/repouso, higiene e alimentação.
De acordo com uma intencionalidade educativa muito própria a CRECHE é organizada procurando contrariar a tradicional história de “depósitos de crianças”, abordando temáticas como: a organização do ambiente educativo, gestão de rotinas, o desenvolvimento da autonomia e da construção de relação afectiva, entre outras de igual importância, favorecendo a colaboração com a família na sua educação e formação.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Autismo

Autismo
O autismo pode definir-se como uma “desordem”:
·         Desordem no desenvolvimento neurológico.
·         Desordem ao nível do desenvolvimento psíquico.

As características do autismo, no geral, aparecem durante os primeiros três anos de vida (normalmente, não é diagnosticado antes dos dois ou três anos) e mantém-se ao longo dela.
Ainda que não exista uma “cura” receber a atenção adequada favorece um desenvolvimento relativamente normal e reduzir os comportamentos considerados inapropriados. As pessoas com autismo têm a mesma esperança de vida que qualquer outra. A estatística refere que o autismo surge em 4,5 crianças em cada 10000 nascidos vivos. È três vezes mais provável que o autismo afecte os homens do que as mulheres.

Autismo e inteligência
O fenotipo autista é independente do da inteligência, pelo que podemos encontrar autistas com qualquer nível de inteligência.
                                                                                    (Stephen M. Edelson, Ph. D., Centro para o Estudo do Autismo)

A escola e a linguagem



Ida da criança para a escola
Quando a criança começa a conviver com outras, aumenta o seu espaço de acção. “…a ida da criança pequena para escola pode trazer benefícios, pois as situações escolares podem ser ricas em experiências sociais e de aprendizagem. A possibilidade de vivenciar situações diversificadas e sistemáticas de comunicação tende a acelerar a aquisição de linguagem”.
                                                                                                                                       (Zorzi, 1993)
O Educador de Infância tem, neste momento, um papel muito importante! A criança vai confrontar-se com uma situação diferente da vivenciada até ao momento de entrar para a escola, desenvolver a sua socialização secundária e ter contacto com determinados tipos de materiais, desenvolver os potenciais cognitivos, promover as suas competências psicomotoras e desenvolver comportamentos e atitudes de forma que possa, sem grandes receios, enfrentar um novo mundo que terá que enfrentar quando entrar quando entrar na escolaridade básica.
A aquisição de linguagem, tal como o desenvolvimento geral da criança corresponde a um processo individual, verificando-se sempre variações de criança para criança. Assim, um ligeiro atraso na aquisição da linguagem não deverá ser classificado, desde logo, como um atraso mental ou uma perturbação psicológica.
A linguagem pressupõe o desejo de comunicar e desenrola-se num contexto social interactivo observável que revela o relacionamento estabelecido com os outros. O meio afectivo e a estimulação de criança, bem como o seu próprio temperamento, constituem factores essenciais ao desenvolvimento individual da linguagem, linguagens (Psicóloga Nadja Troeger,nadjatroeger@yahoo.com).
Ao educador compete proceder ao despiste de anomalias ou perturbações na aquisição da linguagem da criança. Para que possamos actuar e encaminhar a criança de forma adequada, há que ter em atenção qual a origem do problema detectado. Quando se verifica alguma anomalia ao nível dos órgãos que intervêm na linguagem, é sempre certo que esta será afectada:
·         Afasia - resultado de lesões cerebrais por traumatismo, tumores ou acidentes vasculares.
·         Disartria – problemas de pronuncia com origem nas dificuldades da fala, causada por disfunções no aparelho fonador, ou perturbações com origem em causas externas ao aparelho fonador ou por problemas auditivos.
·         Disfonia ou Disfemia  (gaguez).
·         Dislalia – causada por uma inadequada imitação da linguagem das pessoas que rodeiam a criança.

O ritmo de desenvolvimento da fala varia muito de criança para criança, nas crianças de audição normal, é esperado que o sistema fonémico-fonológico esteja completo e bem estabelecido por volta dos 4 anos

domingo, 9 de outubro de 2011

Brincar

Brincar
“A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras, que deverão estar orientados para os objectivos da educação.” (Declaração Universal dos Direitos do Homem).
“… O homem não deixa de brincar porque se torna mais velho, torna-se velho porque deixa de brincar…” (Bernard Shaw).